22 maio 2008

Carta aos pres@s polític@s cosmopolitas







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Querid@s comp@s e amig@s cosmopolitas:






Esta é uma carta à tod@s vocês que são pres@s politic@s. Uma carta escrita para tod@s, vind@s de qualquer lugar, encarcerad@s em todos os cantos do mundo por escolherem seus destinos. Por mudarem suas vidas. É uma carta que serve pra muita gente, mas que foi feita com bastante carinho e especialmente pra vocês, meus querid@s. Porque a preocupação existe junto com a saudade, fortes e doloridas no peito.






É certo que somos tod@s pessoas bem diferentes, mas tivemos o imenso prazer de nos encontrarmos e nos conhecermos, em maior ou menos grau, e agora a qualquer momento podemos pensar um no outro e lembrar quem somos, deixar fluir a imensa saudade que sentimos no peito, maior agora já que é grande a distancia entre nós, quase insuportável.






Nós construímos juntos um sonho e fizemos dele uma realidade. Trabalhamos, fizemos projetos, demos nosso suor, compartilhamos coisas, sorrimos e cantamos juntos. Foram dias memoráveis, seguidos agora por dias tão difíceis.






É impossível imaginar daqui o que vocês estão passando e como estão se sentido agora. Deve ser um pesadelo vivo. Sentir uma forte saudade de alguém, de um abraço, de uma cama, de poder andar em um gramado, em areia molhada, de poder rir alto, muito alto mesmo. Saudades de poder ser você mesm@. A gente, daqui, não sabe como é estar aí pres@, controlad@, vigiad@, sem que o tempo passe e sem saber o que fazer. Apenas podemos imaginar com dificuldade como isso pode ser degradante, como pode envenenar o espírito e massacrar aquilo que existe de precioso em cada um de nós, nossa força, nossa chama, nossa dignidade, nossa coragem.






Mas é esse o objetivo deles. Sempre foi. Aniquilar o diferente, normatizá-lo, contê-lo. Criminalizar um movimento social, autônomo, rebelde e revolucionário é uma prática histórica, geralmente brutal. É violentar um sonho, pervertê-lo, transformá-lo em um pesadelo. É humilhar e rebaixar uma pessoa até o ponto onde ela não se conheça mais, até que o brilho de seus olhos se torne opaco. Pensamos que essa experiência pode ser o que há de pior na vida de alguém.






Mas nós conhecemos vocês e sabemos como o brilho de seus olhos são vívidos, fortes, insuperáveis. Pois neles está a ousadia de viver a vida que realmente queremos. Conhecemos o seu desejo por um mundo novo, diferente, libertário. Acreditamos sim que o que vivemos e o que iremos viver é algo bem maior, livre. Pq eles não podem tirar isso de nós: o direito de decidir, de criar e viver nossas próprias vidas.






Estamos aqui nos esforçando para que vocês possam sair em liberdade o quanto antes, para que possamos abraçá-los calorosamente até sentirmos nossos corações batendo forte no peito e nos sentirmos juntos novamente. Vivos. Pq se eles nos matam um pouco, cabe a nós redescobrirmos e reinventarmos nossas vidas. Todos os dias. E estaremos aqui para isso. Se vocês perderam algo nesses dias dolorosos, saibam que estaremos aqui para que juntos possamos reencontrar. Seja lá o que for, leve quanto tempo for. Nós te amamos, muito. Estamos e estaremos aqui para vocês, hoje e sempre.






Por uma vida sem prisões!



Por um mundo sem grades e sem fronteiras!



Por uma vida sem injustiças!



Saúde e força!
[Carta escrita por camarada anarcopunk ao final de 2007.]

2 comentários:

Persona non grata disse...

massa postar esse texto

Anônimo disse...

Mais à frente rolará um "post" ao estilo "subir em ombros degigantes", ;), dêem uma olhada.

Seja você mesma! Faça você mesmo!