14 dezembro 2009

Fogo antagonista contra toda autoridade!


Saudações ao/às que lutam!

Não somos uma nova organização que apresenta suas adoradas siglas aos meios massivos de controle e estupidização. Não somos uma nova guerrilha nem somos um novo partido. Não somos, não queremos e não pretendemos ser nenhuma Vanguarda, não dirigimos e nem representamos ninguém. Representamos a nós mesmo, é por isso que nos compomos como grupo de afinidade e decidimos autogestionar a luta contra tudo que nos oprime e nos explora. Decidimos contra-atacar, dar uma resposta à morte que o Estado e o capitalismo nos impõem em sua obsessão domesticadora.

Preferimos o silêncio. Atuar em total anonimato. Da coletiva insurrecta, mas novamente os meios massivos de controle a serviço dos exploradores tentam confundir o/as que lutam e nos obrigam a dizer o que eles ocultam. Todo/as somos vândalo/as e criminoso/as para o capitalismo e o Estado, sabemos que por trás da guerra contra as drogas se esconde a guerra contra o/as oprimido/as, contra o/as excluído/as, por isso decidimos contra-informar diante a mentira e a enrolação.

Faz exatamente uma semana, na segunda-feira passada, atacamos com fogo libertário a frota de patrulhas prontas para serem entregues às autoridades municipais no lote de estacionamento do Bulevar OHiggins (sobre a Via Rápida) na colônia Fortín de las Flores, junto à concessionária Mazda y Mega Dulces, desta cidade.

Conseguimos destruir 28 patrulhas novas da Secretaria de Segurança Pública Municipal, Modelo Pick Up Ford F-150 (tipo Lobo) 2010. Seis foram totalmente destruídas e 22 sofreram danos consideráveis, no valor de milhões de pesos em prejuízos.

Esta ação não é um ato de vandalismo muito menos uma operação do “crime organizado” realizada sob ordem dos Arellanos, ou do Dr Caro, ou do El Teos ou dos Muletas; esta é uma ação anarquista anônima em solidariedade com todo/as o/as nosso/as preso/as seqüestrado/as pelo estado, pela semana internacional de agitação e pressão solidária com o/as preso/as seqüestrado/as pelo Estado chileno e em apoio ao chamado à greve de fome do companheiro Gabriel Pombo da Silva como recurso de luta revolucionária de nosso/as companheiro/as na prisão. Nossa ação foi feita em solidariedade com o companheiro Emmanuel Hernández Hernández, preso na Cidade do México e em solidariedade com Gabriel Pombo Da Silva, Marco Camenisch, Juan Carlos Rico Rodríguez, Sergio María Stefani, Francesco Porcu, Alessandro Settepani, Leonardo Landi, Pablo Carvajal, Matías Castro, Axel Osorio, Diego Petrissans, Amadeu Casellas Ramón, Alfredo María Bonanno, Christos Stratigopoulos e com todo/as o/as preso/as anarquistas da guerra social.

Que as fumaças das chamas insurrecionalistas de nossa ação chegue até as suas celas, para que possam sentir o aroma libertário da gasolina, o grito de cada um de seus nomes ecoará nos ouvidos dos poderosos.

Que o contra ataque se multiplique, assim como as ações em todas as cidades.

A criatividade insurrecionalista não tem limites!

Prisioneiro/as seqüestrado/as nas prisões do capital às ruas!

Fogo às prisões do mundo!

Ação Anarquista Anônima

16 novembro 2009

Carta aberta de Cesare Battisti a Lula e ao Povo Brasileiro


CARTA ABERTA

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR

LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA

PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

SUPREMO MAGISTRADO DA NAÇÃO BRASILEIRA

AO POVO BRASILEIRO



“Trinta anos mudam muitas coisas na vida dos homens, e às vezes fazem uma vida toda”. (O homem em revolta - Albert Camus)

Se olharmos um pouco nosso passado a partir de um ponto de vista histórico, quantos entre nós, podem sinceramente dizer que nunca desejou afirmar a própria humanidade, de desenvolvê-la em todos os seus aspectos em uma ampla liberdade. Poucos. Pouquíssimos são os homens e mulheres de minha geração que não sonharam com um mundo diferente, mais justo.

Entretanto, frequentemente, por pura curiosidade ou circunstâncias, somente alguns decidiram lançar-se na luta, sacrificando a própria vida.

A minha história pessoal é notoriamente bastante conhecida para voltar de novo sobre as relações da escolha que me levou à luta armada. Apenas sei que éramos milhares, e que alguns morreram, outros estão presos, e muito exilados.

Sabíamos que podia acabar assim. Quantos foram os exemplos de revolução que faliram e que a história já nos havia revelado? Ainda assim, recomeçamos, erramos e até perdemos. Não tudo! Os sonhos continuam!

Muitas conquistas sociais que hoje os italianos estão usufruindo foram conquistadas graças ao sangue derramado por esses companheiros da utopia. Eu sou fruto desses anos 70, assim como muitos outros aqui no Brasil, inclusive muitos companheiros que hoje são responsáveis pelos destinos do povo brasileiro. Eu na verdade não perdi nada, porque não lutei por algo que podia levar comigo. Mas agora, detido aqui no Brasil não posso aceitar a humilhação de ser tratado de criminoso comum.

Por isso, frente à surpreendente obstinação de alguns ministros do STF que não querem ver o que era realmente a Itália dos anos 70, que me negam a intenção de meus atos; que fecharam os olhos frente à total falta de provas técnicas de minha culpabilidade referente aos quatro homicídios a mim atribuídos; não reconhecem a revelia do meu julgamento; a prescrição e quem sabem qual outro impedimento à extradição.

Além de tudo, é surpreendente e absurdo, que a Itália tenha me condenado por ativismo político e no Brasil alguns poucos teimam em me extraditar com base em envolvimento em crime comum. É um absurdo, principalmente por ter recebido do Governo Brasileiro a condição de refugiado, decisão à qual serei eternamente grato.

E frente ao fato das enormes dificuldades de ganhar essa batalha contra o poderoso governo italiano, o qual usou de todos os argumentos, ferramentas e armas, não me resta outra alternativa a não ser desde agora entrar em “GREVE DE FOME TOTAL”, com o objetivo de que me sejam concedidos os direitos estabelecidos no estatuto do refugiado e preso político. Espero com isso impedir, num último ato de desespero, esta extradição, que para mim equivale a uma pena de morte.

Sempre lutei pela vida, mas se é para morrer, eu estou pronto, mas, nunca pela mão dos meus carrascos. Aqui neste país, no Brasil, continuarei minha luta até o fim, e, embora cansado, jamais vou desistir de lutar pela verdade. A verdade que alguns insistem em não querer ver, e este é o pior dos cegos, aquele que não quer ver.

Findo esta carta, agradecendo aos companheiros que desde o início da minha luta jamais me abandonaram e da mesma forma agradeço àqueles que chegaram de última hora, mas, que têm a mesma importância daqueles que estão ao meu lado desde o princípio de tudo. A vocês os meus sinceros agradecimentos. E como última sugestão eu recomendo que vocês continuem lutando pelos seus ideais, pelas suas convicções. Vale a pena!

Espero que o legado daqueles que tombaram no front da batalha não fique em vão. Podemos até perder uma batalha, mas tenho convicção de que a vitória nesta guerra está reservada aos que lutam pela generosa causa da justiça e da liberdade.

Entrego minha vida nas mãos de Vossa Excelência e do Povo Brasileiro.

Brasília, 13 de novembro de 2009

Cesare Battisti

30 outubro 2009

Sede de organização anarquista no Sul do Brasil é invadida pela polícia


[A sede da Federação Anarquista Gaúcha (FAG) foi invadida por dezenas de policiais ontem (29), por volta das 16 horas. A ação policial, sob um mandado de busca e captura, visava recolher material de propaganda contra a governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius, que decidiu mover uma ação por injúria, calúnia e difamação contra ativistas da organização anarquista. No local da FAG, na rua Lopo Gonçalves, Cidade Baixa, os policiais apreenderam vários materiais de propaganda, documentos e um computador. Integrantes da FAG prestaram depoimentos na 17ª Delegacia Policial e foram liberados. A governadora do Rio Grande do Sul é acusada de estar envolvida em uma série de escândalos de corrupção que atingiu o seu governo e resultou no afastamento de quatro secretários estaduais. Contudo, no dia 20 de outubro, a Assembléia Legislativa gaúcha aprovou relatório de comissão especial que propôs arquivar processo de impeachment contra a governadora. A seguir três comunicados públicos da FAG.]

1º Comunicado

Neste exato momento – quinta-feira, 29 de outubro de 2009, a partir das 16 horas - a Polícia Civil do RS sob o comando da governadora Yeda Crusius promove diligência na sede da Federação Anarquista Gaúcha (FAG). O mandado de segurança do governo busca apreender material de propaganda política contra o governo acusado de corrupção. Os cartazes abordam o empréstimo junto ao Banco Mundial e o assassinato do sem-terra Eltom Brum. Este ato é pura provocação do Executivo gaúcho, atravessado por atos de corrupção e situações até hoje sem explicação, como a morte de Marcelo Cavalcante em fevereiro desse ano. Convocamos as forças vivas da esquerda gaúcha para reagirmos de forma unificada contra mais esse desmando.

Solidariamente,
Federação Anarquista Gaúcha (FAG)

2º Comunicado

Material de propaganda e CPU da FAG apreendidos

Nesse momento, quinta-feira, 29 de outubro, 2009, às 17h31, temos compas respondendo na 17ª DP, localizada na rua Voluntários da Pátria, 1500, perto da Rodoviária de Porto Alegre. A Polícia Civil apreendeu material impresso, chapas de cartazes e inclusive a CPU do computador da sede. Isso se trata de uma conspiração oficial para atacar uma das forças da esquerda não parlamentar e com base social real no RS!

Era de se esperar uma reação como essa, em função da FAG sempre haver atuado com modéstia mas tenacidade, sendo das mais aguerridas em todas as circunstâncias na defesa dos interesses e objetivos estratégicos do povo gaúcho. Vamos fazer uma denúncia pública e provar para as classes oprimidas do RS a natureza desse ataque vil sob ordem de um governo acusado dos mais graves crimes.

Não tá morto quem peleia!

Federação Anarquista Gaúcha (FAG)

3º Comunicado

Toda a solidariedade para com a FAG! Antes a repressão foi contra o sem terra Eltom, hoje é na sede da FAG, amanhã quem será?

A repressão do governo Yeda foi além do esperado. Dois compas foram processados e responderam a processo de parte de um governo acusado de dezenas de crimes, e alvo de investigações federais em seqüência. Até a repressão do Estado liberal-burguês vê a esta gestão como alegando investigar uma propaganda contra a sua gestão, a polícia civil do RS apreendeu documentos internos da Federação Anarquista Gaúcha, intimou
aqueles que mesmo prestando apenas a sua solidariedade constavam de registros da página de internet da organização. Não bastasse a apreensão da CPU e do backup do computador, levaram documentos internos (como ata de reuniões), material de propaganda público e até os resíduos que estavam na lixeira da sede.

Imediatamente a solidariedade de classe se fez notar, repercutindo no Rio Grande do Sul, por todo o Brasil, na América Latina e, a partir da Espanha, por organizações anarquistas e movimentos populares de todo o mundo.

Pedimos a solidariedade de companheiras e companheiros para difundirem e
traduzirem esta três notas em seqüência.

Solidariamente,
Federação Anarquista Gaúcha (FAG)
secretariafag@vermelhoenegro.org
www.vermelhoenegro.org/fag

15 outubro 2009

Jovem libertário morre atropelado por um carro


“...que cada lágrima nossa caída seja um carro queimado nas ruas...”


Com tristeza e raiva relatamos que Oiran Formiga, jovem libertário que iria completar 20 anos no próximo mês, membro do Coletivo Cosmopolita AnarcoPunk, Movimento Passe Livre-Natal, morreu neste sábado (10) atropelado por trás por um carro quando voltava de bicicleta da cidade de Campina Grande (PB) para Natal (RN), depois de participar de um evento anti-autoritário naquela cidade paraibana. Ele morreu no local do acidente, no acostamento da BR-101. O condutor do carro não parou para prestar socorro. Ele foi enterrado dias atrás, num velório/enterro não-cristão, como desejava.

Morreu nosso companheiro, irmão, amigo...

É com imenso pesar que tento escrever essas linhas. Ontem fui dormir sonhando com todo um filme que marcou minha vida, a história de amizade e militância de Bruno e Oiran, ou de um gato e uma formiga, como gostamos de sermos chamados no meio punk!

Quem era aquele jovem que mais escutava do que falava? Quando o conheci, estávamos juntos tentando achar uma solução pro transporte dessa cidade que leva uma vida sobre rodas. De lá pra cá, muita coisa aconteceu, fomos ficando cada vez mais amigos, e aquele jovem calado começou a se soltar e nos encher de alegria com sua energia contagiante!

Oiran, companheiro de todas as horas... Falou em ação ele estava no meio, o cara mais de luta que eu já vi, juntos, tocamos fogo nos nossos corações, deixamos a anarquia explodir nas ruas!

Passamos por várias situações, e não queríamos parar, o movimento anarcopunk que conhecemos nas ruínas, viveu e viverá, porque a formiga nos levou ao formigueiro!

Nós, punx, fascinados com a bicicleta, com a autonomia que ela pode nos dar, pedalamos com coragem nesse mundo civilizado e doentio; com Oiran não foi diferente, ele foi além, e quis romper as fronteiras! Fomos pra Campina Grande, lá tomamos a cidade a falar sobre a crueldade para com os animais, fomos para lá gritar contra a vaquejada.

Formiga me disse o quanto estava maravilhado com a bike e que não via a hora de voltar pedalando a favor do vento para chegar mais rápido em casa, "pedale, e rápido, e morra jovem", foi uma frase que escutei certa vez. Oiran nos diria isso sorrindo e é essa a imagem que quero guardar, da sua felicidade e do seu abraço de amizade.

Até que a morte nos encontre amigo, nunca te esquecerei!

Do teu amigo, irmão e companheiro...

G@to Punk – Natal, Rio Grande do Norte.

01 outubro 2009

24 setembro 2009

Os squatters de Berlim em contagem decrescente




Depois da queda do Muro houve quase uma centena de ocupações em Berlim. Berço do movimento alternativo, estas casas ocupadas tornaram-se parte integrante da identidade da capital. Mas 20 anos mais tarde, o que se mantém realmente desta Berlim alternativa?

Concertos de solidariedade, flyers, cartazes, eventos... os ocupas do 183 Brunnenstrasse em Berlim, tudo fazem a fim de manter esta ocupação viva. Mas parece que em vão.

O proprietário está decidido a expulsá-los. Se isso acontecer assinará o fim de um dos últimos locais ocupados na capital alemã.

Squatter ou "ocupação ilegal de propriedade" tem uma longa tradição em Berlim. Já sob o regime comunista da República Democrática Alemã, existiram muitas pessoas a ocuparem casas. Mas seria a queda do Muro que marcaria o início real do fenômeno. "Prédios inteiros foram abandonados", diz Moritz Heusinger, na época um estudante de Direito em Berlim Ocidental. “Uma janela ou uma fechadura às vezes faltava, não havia água canalizada e gás. Mas podia-se perfeitamente lá viver! Muitos como eu fizemos isto mais de seis meses". Como ele, muitos estudantes, artistas e outras pessoas ocuparam casas abandonadas de Berlim Oriental. Em 1991, o número de edifícios ocupados chegou a quase cem.

O governo municipal não esperou muito tempo para reagir. Em 1992, decidiu evacuar todos os locais ocupados na cidade, começando pelos de Mainzerstrasse. Porém, subestimaram o alcance e a determinação dos/das ocupas. O Mainzerstrasse transformou-se num verdadeiro teatro de guerrilha urbana com os tanques militares a enfrentar os coquetéis molotov de punks entrincheirados.

"Isso pode ser um verdadeiro projeto político"

Diante de tal resistência, substituíram rapidamente a estratégia de expulsão pela da "normalização". Moritz Heusinger, tornou-se um advogado, especializado em negociação de contratos entre os proprietários e os ocupas. "Os ocupantes são agrupados numa associação que aluga o prédio inteiro. Pagam um aluguel relativamente baixo e, em troca, o proprietário deixa-os em paz." Os squatters assim, gradualmente, desapareceram para dar lugar a uma vintena de "hausprojekt"; projetos habitacionais. O projeto em questão, "às vezes é apenas viver como uma grande família", disse o jovem advogado com rabo de cavalo. “Mas também pode ser um verdadeiro projeto político.” Assim, os habitantes do Tutenhaus defenderam os direitos dos homossexuais, os punks anarquistas do Köpi puderam organizar protestos anti-capitalistas etc. Estes alojamentos alternativos também são importantes centros culturais. Ateliers, galerias, estúdios de gravação, salas de concertos... aqui os artistas podem trabalhar sem restrições.

"Fechar estes lugares seria dramático, diz Moritz Heusinger. Berlim perderia muito da sua identidade. Sem mencionar a função social que cumprem esses lugares!" Um lugar para dormir barato, cozinhas populares, onde as pessoas podem comer por menos de dois euros. O "Hausprojekte" constitui uma verdadeira rede de apoio social numa cidade com cerca de quinze por cento de desempregados. No entanto, o advogado parece pessimista. "Há um verdadeiro fenômeno de gentrificação [emburguesamento]. Assim apenas os ricos vivem no centro de Berlim.” Enquanto isso, no último squatter, em Berlim, prepara-se a resistência.

"Não cederemos", garante Mano, um residente do 183 Brunnenstrasse. Alternativos contra ricos especuladores imobiliários, a batalha ainda não acabou.

Fonte: lepetitjournal

Armada anarquista se reunirá em Pittsburgh



Vinte líderes dos países mais ricos do mundo irão aterrissar em Pittsburgh na próxima quinta-feira, 24 de setembro, e serão confrontados pelas forças da Marinha Niilista, uma manifestação da miríade de fugitivos da totalidade das relações sociais coercitivas que encontraram refúgio e santuário sobre as águas.

Em nossa análise o G-20 representa a instituição central na orquestração da hegemonia global e seu projeto para invadir os últimos espaços autônomos neste planeta. Reconhecemos os participantes deste encontro como nossos inimigos, e, portanto estamos preparando uma brigada de navios que, velejando sob a bandeira preta, irão bloquear as águas ao redor do centro de convenção David Lawrence no dia de abertura do encontro do G-20.

Enquanto nosso/as companheiro/as resistem contra o G-20 sobre a terra, nas ruas, focaremos nossa resistência sobre as vias navegáveis que são a nossa casa. Assim como toda situação em que o marginalizado confronta o rico e poderoso, a nossa força de barcaças, jangadas, veleiros e embarcações sortidas parecerá um tanto decrépita face aos modernos navios militares norte-americanos. No entanto este é somente o começo de uma longa estratégia de ações a ser realizadas pela Marinha Niilista, como parte de uma insurreição global contra a rede de dominação e terror conhecida hoje em dia como “civilização”.

Além do bloqueio de 24 de setembro, nossa frota irá chamar atenção à luta dos piratas somalianos através das seguintes ações:

1. Começando a semana da Reunião do G-20 em Pittsburgh, as forças navais anarquistas irão atormentar, bloquear e abordar qualquer navio que faça parte da infra-estrutura do carvão mineral que, através da mineração, é responsável pela destruição das montanhas, rios e casas. Não haverá misericórdia com aqueles que lucram com a queima do carvão e tornam o nosso ar ainda mais cancerígeno a cada respiração. Como os piratas somalianos, somos incitados a agir contra aqueles que fazem da nossa comunidade uma zona de sacrifício ambiental. Eles acreditam que não temos poder para pará-los, mas como os piratas, iremos provar o contrário.

2. As forças navais anarquista irão também subir a bordo e atacar qualquer navio cruzeiro que estiver dando festas para os ricos, re-apropriando o total de bens de todos os presentes na festa para investir na restauração do meio ambiente e nas necessidades sociais de moradia. Como os piratas, utilizaremos a ação direta para re-apropriar as riquezas dos ricos, roubadas de nós sob o pretexto de livre comércio.

Estamos levando a cabo essas ações em resposta direta aos atos brutais que as nações do G-20 praticam contra os piratas somalianos. A resposta militar aos piratas demonstra mais uma vez como a proteção do livre comércio é mais importante do que a vida humana, especialmente as vidas daquele/as que não fazem parte das nações do G-20.

Como os piratas, nós nos recusamos a aguardar por soluções políticas enquanto os recursos que poderiam solucionar as necessidades de todos estão entesourados por uns poucos bem abaixo de nosso nariz.

Encorajamos todas as re-apropriações possíveis das riquezas que foram roubadas de nós, todas sob o pretexto do “livre comércio” e do comércio global – o esquema para, às nossas custas, tornar alguns poucos banqueiros ainda mais ricos.

Daremos viagens seguras para todos os membros da tripulação nos navios que tarjamos para a ação. Não lute a favor de nosso opressor mútuo, assim você não terá nada a temer de nós. Reconhecemos que isto é uma guerra. Não estamos fazendo ações para “protestar” ou fazer reivindicações. Agiremos, ainda que modestamente, como parte da luta contra a máquina mortal capitalista multifacetada, sem ilusões sobre a maneira de como iremos ser tratado/as por seus capangas uniformizados. Assim como os somalianos foram brutalizados, e as antigas Utopias Piratas foram demonizadas e exterminadas, não esperamos algo melhor. Mas, não poderemos viver com nós mesmos se não aproveitarmos esta oportunidade de atacar em um mundo onde nossas possibilidades por ações livres diminuem a cada dia. Quando nos encontramos em conflito, estamos lutando por nossas vidas; não haverá pedidos nem mercê.

A Milícia Naval Anarco-Niilista

Tradução > Marcelo Yokoi

14 setembro 2009

Ladyfest


Em um fim de semana com ventos de mudança e de verdadeira liberdade de expressão, que foram compensados com o ar que respiramos todos os dias neste país, nesta realidade, ar contaminado pela autoridade e a desigualdade, foi realizado um dos festivais mais transgressores já feitos no país.

Em 15 e 16 de agosto na cidade de Bogotá, foi dada carta branca para a segunda versão do Ladyfest nesta cidade, com mulheres e homens de várias partes do país, com diferentes vidas e diferentes modos de pensar, mas com uma idéia comum, a idéia de libertar as mulheres dos grilhões que diariamente a amarram, acabar com a competição e com essa violência entre gêneros humanos, e pela reconstrução das relações entre mulheres e homens.

Foi um festival cheio de expressões da cultura e da contracultura, de discussões e afinidades, onde vozes femininas e masculinas foram ouvidas em vários tons e num sentimento único, foi um encontro entre os e as responsáveis dessa cultura patriarcal e desse atuar machista que dominaram o mundo por muitos anos, o desenraizamento dos nossos contextos e das nossas vidas.

Compartindo, debatendo, criando, recriando, transformando, confrontando e reafirmando se desenvolveu estes dois dias, agindo e interagindo, sendo conseqüentes com o sentimento de liberdade e anti-sexista, demonstrando que estamos criando a mudança, como foi demonstrado no ano passado no primeiro Ladyfest da Colômbia, bem como foi demonstrado neste ano, em março, no Ladyfest em Barranquilla. Com temáticas diversas, com diferentes pontos de vista e comuns, eles e elas falaram, ouviram, dançaram, cantaram, pensaram e refletiram.

Também neste espaço foram ouvidos diferentes sons de protesto e resistência, foi vista a arte de meninas que criticaram àquelas mulheres que permitem e colaboram com a submissão do gênero feminino, artes que convidavam as meninas e meninos para redefinir suas identidades e a definir posições em relação a situações que diariamente vivemos. Palestras sobre mulheres e política, as mulheres nas prisões, o feminismo, erotismo, gênero, patriarcalismo, breakdance, música, fotografia, desenho, a estação muak, performance das mulheres frívolas, a moralidade na sexualidade, escutando o programa de rádio anarquia para amantes, as horas se passavam, fomos enchendo os corações de belos sentimentos de luta, união, de estilo riot grrrl, de rebeldia e de solidariedade.

Foi definitivamente uma grande experiência para todas e para todos, somos imensamente gratos a todas e todos compitas que nos ajudaram e que participaram ativamente nesta jornada, com energia, com o amor que todas e todos nos regalaram, a todas e todos que viajaram de outros lugares para ir para o festival, as bandas, as palestras, as artes, aos compas de Manizales, aos compas de Cali, aos compas de Medallo, a compa de Barranquilla, ao compa da Venezuela e aos compas de Bogotá! Ao público em geral e, especialmente, o movimento Riot Grrrl que nos dá todas essas vitaminas para criar e realizar estes eventos tão gratificantes.

Seguimos Existindo e Resistindo!

ReXiste Riot Grrrl

http://rexisteriotgrrrl.blogspot.com/

http://www.myspace.com/grrrlzcolombia

rexiste@riotgrrrl.co.uk

10 agosto 2009

A Guerra Civil Espanhola, setenta anos depois.

15/08 - sábado, 18h
16/08 - domingo, 20h

Reportaje del movimiento revolucionario en Barcelona

República Española, 1936, 21 min. | Direção Mateo Santos
Primeira reportagem da Guerra Civil. Rodado em Barcelona, suas imagens abrangem desde o dia 19 até 23 de julho de 1936. Os sinais dos recentes combates: barricadas nas ruas, destroços produzidos pelo combate.

Bajo el signo libertario

República Espanhola, 1936, 16 min. | Direção: Les
Documentário dramatizado. Registros dos primeiros dias da Guerra Civil em Barcelona se intercalam com episódios encenados de um povo de Aragón onde os anarquistas implantaram a coletivização da agricultura.

La defensa de Madrid
República Espanhola, 1936, 22 min. | Direção: Angel Villatoro
Madri nos primeiros dias do cerco: trincheiras, barricadas e sacos de areia. Treinamento dos milicianos e milicianas. Um ato de escritores e intelectuais: Luis Aragon, Gastón Ladarga, Gustav Regker, Ludwig Renn, Rafael Alberti…

Frente y Retaguardia
República Espanhola, 1937, 22 min. | Direção: Joaquín Giner
Filme de propaganda que mistura imagens de documentarios de produção industrial e agrária com cenas de ficção na frente de batalha de Aragão.

II SESSÂO

15/08 - sábado, 20h
16/08 - domingo, 18h

L’ Espoir – Sierra de Teruel

República Espanhola, 1939, 88 min. | Direção: André Malraux e Boris Peskin
Espanhol sem legenda (longa metragem, dvd)
Um filme que narra de maneira descontinua – estimulando a inteligencia do espectador - diferentes episódios da Guerra civil espanhola. Dirigido e escrito pelo francês André Malraux, que contou com a ajuda nos diálogos em espanhol de Max Aub e a colaboração do Antonio del Amo. Em 1939 estreou na França mas só em 1977 foi vista em uma tela espanhola.


Exposição:
CARTAZES DA GUERRA DA ESPANHA 1936 - 1939
Um grito nas paredes de 14/08 a 19/09/2009


Sala de exposições do Instituto Cervantes

Instituto Cervantes
de Brasilia

SEPS 707/907 Lote D
Asa Sul - 70390-078
Brasilia - DF
Tel.: 55 61 3242 0603
Fax.: 55 61 3443 7828
informabras@cervantes.es

07 agosto 2009

Geração beat -- novo livro na área.






Claudio Willer, 68 anos, recebeu a reportagem do Correio Braziliense em seu apartamento, no bairro paulistano da Bela Vista, para falar sobre a geração beat.


Correio Braziliense – Claudio Willer, você usa em seu livro o termo "geração beat" em vez de, por exemplo, "movimento beat". Por quê?

Claudio Willer – Esse era o termo que Jack Kerouac usava. Foi o termo que ele usou em uma conversa com o escritor John Clellon Holmes, o termo que ele escrevia em seus diários e que depois apareceria em On the road. Ele achava que fazia parte, com seu grupo de amigos, de uma geração beat em contraposição à lost generation, a "geração perdida", a geração anterior, de F. Scott Fitzgerald. E Kerouac faz uma polissemia.
Ele usa beat no sentido de batido, ferrado, tanto quanto no sentido de beatitude. Inclusive essa duplicidade de sentidos está no On the road. Quando ele chama Neal Cassady de "beat" num trecho em que ele diz que Neal é um santo, na razão direta da irresponsabilidade, das sacanagens que ele fazia. É um trecho paradoxal, bastante dostoievskiano.

Correio Braziliense – E esse termo "geração" também passa uma ideia de grupo fechado. Reforçando a amizade, de cumplicidade entre os autores, que você enfatiza no livro.

Claudio Willer – A essência da geração beat é a amizade. Eles eram muito diferentes uns dos outros. Mas a amizade é essencial ao uni-los. A amizade e, obviamente junto a ela, o inconformismo e a inquietação. Havia essa relação profundamente fraterna, de cumplicidade.
E até mais do que isso. Há vários episódios sexuais entre eles, inclusive aquela loucura sexual de desdobramentos de Kerouac e Ginsberg envolvendo Neal Cassady e as mulheres dele. É algo que interessa porque vai além da crônica de costumes.
Tem vários outros sentidos. Há um sentindo simbólico claro. Eu diria que há um compartilhar total: de textos, de leituras, de informações, de viagens, de diálogos, de corpos. Talvez seja uma abolição de sentidos entre o simbólico e o corporal. Essa é uma das interpretações possíveis.

Correio Braziliense – Kerouac, Ginsberg e Burroughs são os autores mais reconhecidos da geração. Mas qual a importância de Neal Cassady?

Claudio Willer – Neal Cassady era esse personagem controvertido. Burroughs não suportava ele, achava ele agitado demais. Cassady realmente aprontava demais, dava desfalque, mentia para os amigos. A questão não é o Cassady, mas a mitificação de Cassady por Kerouac, que se mostrou literariamente produtiva, e a atração física de Ginsberg por Cassady, que também se mostrou literariamente produtiva.
Neal Cassady tinha um talento verbal. Certamente tem mais de Cassady nas cartas que ele escreveu e no Visions of Cody, onde Kerouac transcreveu uma fita com a conversa de Cassady em trinta páginas, do que no único livro que Cassady escreveu (O primeiro terço), que traz um texto relativamente convencional, com um ou outro trecho mais coloquial.
Então o Cassady historicamente importante acaba sendo o Cassady visto por Kerouac e Ginsberg. O personagem ultrapassou a pessoa.

Correio Braziliense – Como se deu a polarização dos beats entre Nova York e São Francisco?

Claudio Willer – Nova York já era o centro do mundo. Era onde as coisas aconteciam. E São Francisco, mesmo sendo uma cidade relativamente pequena, com um milhão de habitantes, já era um local de cultura de resistência, já tinha uma tradição cultural, era um lugar mais aberto. A beat então se forma em Nova York e vem a público em São Francisco. E aí retorna a Nova York quando Ginsberg pega os textos dos autores de São Francisco e leva para os agentes, os editores, as revistas literárias da Costa Leste.
Mas agora... Não foi uma relação inteiramente pacífica a relação entre Ginsberg e o núcleo da Califórnia, como Lawrence Ferlinghetti, Michael McClure, Gary Snyder. Porque de repente Ginsberg se viu deslocado, não era mais o líder de um movimento geracional. De repente, Nova York e ele deixaram de ser o centro da vanguarda poética, com o surgimento da San Francisco Renaissance de Robert Duncan. Houve esse momento.

Correio Braziliense – E a beat deixou de ser vanguarda para ser pop...

Claudio Willer – Eu estive em Los Angeles e em São Francisco em 1963. Te diria que em Los Angeles, o bairro de Venice West, um bairro na época bonito, à beira mar, era um bairro. A população era predominantemente beatnik. Barbudos vestindo jaquetas militares de segunda mão, frequentando leituras de poesia, vivendo de artesanato e de pôsteres de silk screen. Era um bairro inteiro assim, como North Beach em São Francisco e o Village novaiorquino, que já era ponto boêmio. A expansão beat foi fulminante. Entre as publicações de On the road e Uivo e essa adesão maciça correu pouquíssimo tempo. Em 1958, o jornal San Francisco Chronicle já falava em beats no coletivo.

Correio Braziliense – A que se deve esse fenômeno?

Claudio Willer – Um fator decisivo para isso é a derrota da censura a obras literárias a partir da vitória no processo contra Uivo. Acho que para interpretar isso deve-se pensar como historiador, como sociólogo. Será que não faz parte da dinâmica da sociedade burguesa essa maior abertura? Assim como a sociedade capitalista precisava da social democracia, senão ia explodir, ela não precisava também de maior abertura? Para continuar a existir, será que não precisava desistir do controle direto sobre o comportamento? Quer dizer... Que tipo de dinâmica histórica subjaz a essa explosão, a essa repentina abertura? Esse é um tema complexo de sociologia que ainda não foi suficientemente examinado. Marx entendeu essa dinâmica da sociedade do capitalismo, essa mobilidade que a diferencia de outros modos de produção. Mas cabe uma revisão do marxismo. Porque, de repente, saiu de cena o proletariado e entrou o lumpen como categoria associada ao novo. Porque Cassady e Corso haviam sido típicos lumpens, moradores de rua. E Ginsberg, Kerouac e outros praticavam o lumpesinato voluntário. Eles viveram como marginais, né? Acho que essa associação do beat ao lumpen, que segundo Marx seria o extrato social inaproveitável para a revolução, é uma pista para pensarmos o fenômeno sociologicamente. O lumpen positivo.

Correio Braziliense – Os escritores anteriores que tinham optado por esse lumpesinato foram revalorizados pelos beats...

Claudio Willer – Claro. Esses escritores aventureiros foram recuperados. Como Jack London. O autor mais representativo, mais importante literariamente, nessa linha é Walt Whitman. O poeta errante, vagabundo errante. Whitman se colocou fora da estrutura de classes, à margem. Não era mais nem burguês, nem proletário. Ele criou um novo ator social, que os beats adotaram.

Correio Braziliense – Qual o apelo dessa atitude hoje?

Claudio Willer – Tenho a impressão que... Com o esgotamento do paradigma marxista ortodoxo, da ideia de militância política como caminho para transformar o mundo, os jovens hoje estão procurando outras coisas, estão indo às raízes do pensamento utópico e suas formas de expressão contemporânea. Sei que essa é uma generalização colossal, não é? Mas podem ser manifestações pós-queda do Muro de Berlim... O que não significa que o mundo mergulhou no conformismo. Ao contrário. Significa que o inconformismo está encontrando novas formas de se expressar. Novas formas de rebelião individual. Eu tenho observado o que vem acontecendo desde 1960 e sou otimista. Sou otimista porque o mundo atual e a ameaça de fim de mundo apresentam questões que pedem novas respostas. E aquilo tudo que a vida em sociedade num mundo urbanizado tem de insuportável também pede resposta.

29 julho 2009

Panfletinho do último (último mesmo?, :() Caga-Sangue!





“Em Brasília, a rua não existe”, Simone de Beavouir, em visita à cidade.



F-V-M! Autonomia nos mais variados espaços da vida, que deve ser aceita se decidimos viver o amanhã! Contra-cultura viva e ativa! F-V-M! A cidade é nossa, nós PODEMOS FAZÊ-LA PARAR E VOLTAR A EXISTIR!

“BANIDXS NO DF

ruas largas, sem calçadas – ou com calçadas mal conservadas e que parecem desenhadas em pranchetas no andar mais alto do palácio do buriti, essa cidade não foi feita para pessoas e sim para pessoas dentro de caros, pessoas dentro de prédios: pessoas dentro da máquina de produção-consumo.

feita na prancheta, imaginada e não vivida, Brasília é esquadrinhada: tudo aqui tem seu lugar, ditado pela divisão em setores, mantido pelas autoridades, uma cidade construída em amor ao poder, é assustador perceber como a maneira que as coisas se dispõem nessa cidade casa com propósitos individualistas-capitalistas.

uma cultura de hipervalorização histérica por automóveis, falta de ônibus, de calçadas, de acesso, a receita para faltar pessoas, a rua não é mais ponto de encontro. Os espaços públicos são reduzidos a praças vazias que exaltam o poder. Diversão comercializada dentro de lugares fechados.

mas, no meio desse deserto medonho, ainda conseguirmos criar espaços e promover encontros.

estabelecer laços de comunidade e de amizade, de (des)organização não hierárquica e centrada em outras coisas que não a grana e/ou status dá outro sentido à noção de contra-cultura nessa cidade onde o desencontro e a solidão ficam evidentes nas ruas quase inabitadas. Entendemos o faça-você-mesmx não apenas como um caminho pré-definido de como agir ou onde chegar, mas uma estrada que pavimentamos juntxs: criarmos coletivamente outras espaços, e outros tipo de relação.

cada vez que as pessoas dessa cidade conseguem de alguma maneira romper essa estrutura opressora e criar de espaços para comunhão e o encontro público, com Oe ocaso de hoje, um show de hardcore-thrash com pessoas se chocando e se jogando umas sobre as outras se torna muito mais do que guitarras e bateria, muito mais que a música.

em uma cidade que promove a segregação e o desencontro, provoquemos o esbarrão. Faça-você-mesmx!

26/07/09
Coletivo Caga-Sangue Thrash
cagasanguethrash@yahoo.com.br”

27 julho 2009

FESTIVAL FAÇA VOCE MESM@!


INSCRIÇÕES ABERTAS!TRAGA SUA OFICINA, BANDA, DEBATE, FILME, ETC..





Criaturas e criadores,



Com o intuito de compartilhar conhecimentos coletivamente, questionar a figura do "especialista", ser contrário aos aspectos elitistas do conhecimento em busca da autonomia, surgiu a idéia de se realizar o festival “Faça você mesm@- Uma proposta de troca de conhecimento coletiva”. Que tem como objetivo ser um espaço cultural (nas mais diversas abrangências que o termo pode ter) destinada a troca de conhecimentos que visem os mais distintos aspectos da emancipação dos seres humanos e do planeta..

Faça você mesmo sempre, mas não só pra você mesmo. O que queremos dizer com isso? Queremos sobretudo afastar uma idéia disseminada e praticada do faça-você-mesmo, uma idéia que além de considera-lo um fim em si mesmo é recheada e motivada por intenções extremamente egoístas.

Queremos falar de um faça-você-mesmo que é uma arma, um instrumento para uma coisa muito maior. Um instrumento para uma verdadeira transformação social. Queremos usar o faça-você-mesmo como forma de buscar nossa autonomia e não nossa pureza. Queremos minimizar e simbolicamente demonstrar nosso repúdio ao consumismo mas sem a inocência ou malícia de acreditar que uma sociedade de múltiplas relações possa ser completamente transformada com atos isolados.

A ideia é mesclar diversos aspectos da cultura popular e da contra-cultura em 2 ou 3 dias de música, debates, conversas, filmes, oficinas e o que mais sugerirem. Tod@s que estiverem intessad@s em compartilhar conhecimentos escreva parafacavocemesmofestival@gmail.com até o dia 15 de agosto de 2009 para inscrever sua atividade no evento. Ainda não fechamos a data e nem os locais exatos, mas provavelmente se dará no Rio de Janeiro: Central e em Niterói. Nos colocamos a disposição para tirar possíveis dúvidas.





Saúde, legumes e Autonomia!
Festival Faça Vocês mesm@

15 julho 2009

I I ENCONTRO PRÓ-FEDERAÇÃO ANARQUISTA DE SÃO PAULO!



FALTAM SÓ ALGUNS DIAS!



Chamado ao II Encontro


O coletivo Pró-Federação Anarquista de São Paulo convida a todas/os para participar do II Encontro Pró-Federação Anarquista de São Paulo, nos dias 18 e 19 de julho de 2009, na cidade de São Paulo.

O primeiro encontro ocorreu em julho de 2008, contando com 85 participantes, o que permitiu fortalecer a discussão da necessidade de construção de uma organização anarquista na cidade de São Paulo, tendo no modelo especifista sua base de organização.

E foi a partir deste encontro, que foi formado este coletivo com o objetivo de levar adiante esta discussão. Portanto, a proposta deste segundo encontro é de apresentar e discutir sobre as experiências do coletivo e os trabalhos realizados até o momento, e convidar novas/os companheiras/os à participação.

Neste primeiro ano, muitas foram às atividades propostas e realizadas pelas/os suas/seus participantes, objetivando aproximar-se e aliar-se às lutas populares contribuindo com questões éticas, sociais e práticas como a ação direta, a autonomia, a combatividade, a solidariedade, a horizontalidade e o apartidarismo.

Durante este processo, houve perdas e ganhos que permitiram o amadurecimento do coletivo, para que mais pessoas pudessem contribuir na construção de uma prática anarquista social organizada.

Portanto, é com espírito de luta, que convidamos todas/os a este segundo encontro, para darmos continuidade a este trabalho e juntas/os construirmos uma organização anarquista especifista em São Paulo.

Saúde e Liberdade!


"A organização é um meio de se diferenciar, de se precisar um programa de idéias e de métodos estabelecidos, um tipo de bandeira de reunião para se partir ao combate sabendo-se com quem se pode contar e tendo-se consciência da força que se pode dispor.(...)” (Luigi Fabbri).

28 junho 2009

Nota pública do MPL - DF.

Nota pública da companheirada do Movimento Passe Livre do Distrito Federal (MPL - DF) sobre a aprovação do projeto de Passe Livre na câmara legislativa.

Divulguemos!

Passe Livre! "Fique livre pra passar e ultrapasse o Passe Livre!"!

"(Texto escrito no dia 23 de Junho, logo após a aprovação do Passe Livre na Câmara)

Após horas assistindo ao espetáculo da votação da Câmara Legislativa, escrever qualquer coisa não é tarefa fácil. Entidades fantasmas, falas a favor de quem antes era contra, comentários pomposos sobre o Movimento Passe Livre, tentativas de lucrar ao máximo com esse mais novo direito.

Depois de tudo isso, algumas certezas.

A primeira delas é de que este foi o momento menos importante em nossos 5 anos de luta. É claro que a aprovação do Passe Livre é importante. Mas esta aprovação não começou hoje, ou nas audiências públicas, e menos ainda no gabinete do GDF. Todo esse processo se desenvolveu fora de qualquer espaço institucional, em cenários inusitados para as politicagens que escutamos hoje. Ele aconteceu na rodoviária, tantas vezes ocupada por nossos gritos e cartazes coloridos, nas principais avenidas de Brasília, fechadas pelas correntes humanas, nas ruas do Paranoá, Taguatinga, Riacho Fundo, São Sebastião...

Também a certeza de que esse processo não acaba aqui. Antes de ser um sossega leão, como já dizemos em nossa nota, a aprovação da lei do Passe Livre estimula o Movimento, dando a todos-as nós a recompensa que só a luta pelo que acreditamos pode dar. Ao longo deste tempo, escutamos tantas vezes que era impossível conquistar o que queríamos, que às vezes até a gente parecia ficar na dúvida....

Carregamos, igualmente, a certeza de que não chegamos ainda onde queremos.

Pra começar, esse Passe Livre é incompleto. Não é irrestrito, em todos os horários e locais, como nós, que acreditamos que a educação se dá nos mais diversos espaços e que o transporte é um direito de todxs, queremos.

Tampouco podemos esquecer que o governo empresarial de Arruda, Paulo Otávio e companhia não perdeu a chance de privilegiar o lucro dos empresários. O Passe Livre que queremos reduz a tarifa, já que o governo passará a pagar o preço total da passagem dos-as estudantes, atualmente pagos pelos-as usuários-as segundo o sistema da meia passagem. Deu-se um jeito, portanto, de aumentar a passagem de uma maneira popular e a nossa emenda ao projeto que propunha essa redução nem chegou a ser mencionada no plenário...

Cara a cara com essa conquista, vemos como nossas concepções avançaram desde que começamos a ocupar ruas reivindicando o Passe Livre. Hoje só a gratuidade estudantil nos parece insuficiente: para que o transporte seja público de fato, ninguém deve pagar a tarifa. Ela deve ser paga indiretamente, através de impostos, como todo direito. O nome dessa proposta é Tarifa Zero, e é ela que levantamos agora em busca do nosso direito de caminhar, colorir, transformar a cidade.

Para nossxs compas, a alegria compartilhada da primeira de muitas conquistas. Para os nossos inimigos, o aviso de que as ruas serão sempre ocupadas enquanto essa cidade não for de fato nossa....

O distúrbio tá só começando....

Movimento Passe Livre-DF".

Fonte: http://vidasemcatracas.blogspot.com/.

15 junho 2009


É isso aí galera, finalmente vai rolar de nós exibirmos o filme The Day The Country Died, que conta a história das cenas anarcho/peace punk na inglaterra nos anos 80.
Documentario realizado por um ex-integrante da banda de Belfast Toxic Waste, o filme possui vários relatos de várias pessoas, filmagens da época, e uma trilha sonora bem legal, e chega até a falar sobre a importância no movimento anarchopunk para a inserção de lutas como a libertação animal nos meios libertários.
Então galera, quem tiver a fim e quem puder vir, venham contamos com a presença de tod@s!!!!

O Que? Exibição de Video do KRAP.
Onde?Sala Marco Antonio Guimaraes - Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul
Quando? 19/06/2009 (Sexta Feira) as 20:00h

Bjos

07 junho 2009

Kirtana, o garoto prodígio do veganismo

Kirtana é um garoto de 11 anos, nascido em Salvador - BA, ele é essa figurinha carismática na foto à direita. Filho de Luciana e Róbson, ambos veganos (também na foto). Róbson é também vocalista da banda vegana de hardcore, Lumpen. Kit, como é carinhosamente chamado pelos pais e amigos, é vegano desde que nasceu.

Conversamos com Luciana, Róbson e Kirtana para descobrir como é educar e ser vegano aos 11 anos. Na entrevista Kit demonstra que “não arreda o pé”, é vegano por convicção diz ele, “eu sou vegano porque eu não acho correto maltratar e nem comer os animais”.

Segundo os pais Luciana e Róbson, a grande dificuldade na hora de educar um filho vegano foi a falta de apoio dos médicos e da família. “Enfrentei minha família pois todos falavam que nos éramos malucos, que Kit seria uma menino doente. Outra dificuldade foram as primeiras consultas médicas quando ele ainda era bebê. Uma médica chegou a diminuir o peso dele, creio que pra ver se eu me assustava” relata Luciana. Kit tomou leite materno mas leite de animais não-humanos, nem uma gota. Segundo Luciana “como todo animal mamífero ele tomou leite só da própria mãe”. Durante a gestação Luciana era lactovegetariana, mas se tornou vegana ainda na lactação.

A alimentação de Kirtana é rica, composta por produtos naturais, fáceis de encontrar e a preços baixos. Além disso Kit recebe complementação de B12, como é indicado a veganos de todas as idades. Luciana explica: “defendemos o veganismo como opção para as pessoas pobres por isso nosso veganismo é o do aipim, batata, abóbora, agrião etc. As coisas que encontramos com preço acessível para toda a população.”

Uma situação difícil foi quando a professora de Ciências pediu que Kit, então com 8 anos, levasse um peixe vivo para ser usado em aula prática. Segundo Luciana “ele mesmo decidiu que iria faltar a aula e disse o porquê à professora: ele não concordava com experiências usando animais”. Luciana tentou averiguar se Kit se sentira pressionado pelo fato dos pais serem veganos, mas o menino foi ríspido, segundo sua mãe “ele disse que não estava perguntando minha opinião mas sim comunicando que não iria para a aula”. Vale lembrar que a vivissecção, ou seja, o uso de animais em aulas práticas para a Educação Básica, e Ensinos Fundamental e Médio é proibida no Brasil.

Kit é um ótimo aluno, nunca repetiu, adora matemática, participou da Olimpíada Nacional de Matemática e pratica Kung-Fu numa academia perto de casa. Muito brincalhão, esperto, questionador e comunicativo. Kit, ao ser questionado se em algum momento pensou em deixar o veganismo, dispara “não, porque gosto assim do jeito que sou e acredito que eu tou fazendo a coisa certa” (sic).

Kirtana fecha a conversa deixando uma mensagem para as crianças que pensam em se tornar veganas: “quero que todos saibam que ser vegano é bom para a saúde, além disso não maltratar os animas acho que é uma coisa correta, e deve ser feita por todos que acreditam na libertação animal.” Kit é uma lição de ética e simpatia, até mesmo para os mais adultos e prova viva da afirmação da ADA (American Dietetic Association) que dietas veganas bem planejadas “são adequadas a todos os estágios do ciclo vital, inclusive durante a gravidez e a lactação”.

Que venha um futuro de Kirtanas! Pelos direitos animais, pelo veganismo e pelo planeta!

Fonte: Gato Negro

26 abril 2009

Tarnation

De quinta pra sexta eu virei fazendo um trabalho para a manhã seguinte. Sexta de manhã eu assisti esse documentário na aula das 8:15, sem palavras...


Tarnation, proporciona uma imprevisível e absorvente viagem pelas memórias do realizador, levando ao limite o princípio do "do-it-yourself".


Caouette debruça-se sobre alguns dos mais marcantes acontecimentos da sua vida recorrendo a imagens do seu arquivo pessoal, recolhidas desde os seus 11 anos através de câmaras Betamax, VHS, Hi-8 ou Mini-DV.
Expondo gravações privadas que focam situações do seu cotidiano familiar, o realizador evidencia sobretudo a tensa e dolorosa relação com a sua mãe Renee Leblanc.

Material para registrar não lhe faltou, já que o rapaz cresceu naquela típica família-problema americana. Sua mãe acusa os pais de terem sido violentos com ela. Menina-prodígio, se tornou uma semi-celebridade em seu estado natal, o Texas, e engrenou uma carreira de modelo até que caiu de cima do telhado de sua casa. Sofreu lesões que a levaram a um "tratamento" com eletrochoque. O uso da "técnica" a deixou com seqüelas que foram conduzindo a novos tratamentos que somente pioravam a situação. Casou-se e foi abandonada pelo marido, Jonathan ainda era muito jovem. Aos cinco anos de idade viu a mãe ser estuprada, o menino foi preso com a mãe durante uma viagem, e enviado a famílias adotivas, das quais sofreu todo o tipo de abuso. Adotado pelos avós, ele viu sua mãe entrar e sair de hospitais psiquiátricos. Ainda pré-adolescente, teve overdose com uma maconha super-turbinada, o que o deixou com distúrbios. Logo depois do episódio, Jonathan conheceu o mundo gay local onde ferqüentava as boates disfarçado de menina para enganar as autoridades. Lá fez os primeiros amigos, conheceu o primeiro namorado e participava de shows de dublagem.



Tudo isso é fartamente documentado, com auto-depoimentos, gravações das performances e dos incidentes ocorridos em sua vida familiar, social e afetiva, num total de 160 horas de imagens. Mas não se trata de meras gravações domésticas, como aquelas que a maioria das famílias de classe média costuma fazer. São imagens com uma função de servir de escape ou de entendimento de uma realidade, não apenas meras recordações.

01 janeiro 2009

ALVORADAda foi um espaço autônomo temporário dedicado a contra- kultura e a vivências e praticas AnarcoPunk-Squatter,

foram 40 dias de subversão e anti-arte contra a propriedade privada no mais puro principio D.I.Y. – Faça Você Mesmo.

Volveremos a Okupar!!!

Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo

Mais informações:

http://alvoradada.blogspot.com/2008/12/alvoradada-foi-um-espao-autnomo.html?showComment=1230845460000#c4146649490514146379