15 outubro 2007

Ocupação é despejada e ativistas são detidas/os em Brasília.

Durante o Grito dos Excluídos desse ano, 7 de setembro, o Koletivo de Resistência Anarcopunk (krap) junto a outros grupos/indivíduos da Convergência de Grupos Autônomos do Distrito Federal (CGA-DF) ocuparam um prédio no centro de Brasília, que estava abandonado, há mais de 10 anos. O proprietário do prédio é o BANERJ(Banco do Estado do Rio de Janeiro), antigo banco brasileiro que foi comprado em 2004 pela iniciativa privada, o Banco Itaú. Dessa forma surgiu a ocupação "Casa das Pombas", dando espaço para iniciativas sociais na cidade.

Porém, na noite dessa segunda-feira, dia 8, após mais de um mês de ocupação, os ativistas foram surpreendidos por uma ação do Batalhão Tático da Polícia Militar do Distrito Federal. Armada com metralhadoras, revirando todos os móveis e apreendendo materiais impressos, os policiais chegaram a afirmar que encontraram drogas. Cinco ativistas latino-americanas foram detidos/as e levados/as para abrir inquérito na sede da PF. O único ativista brasileiro que estava na casa no momento foi encaminhado para uma delegacia da Polícia Civil e também interrogado. Durante a interrogatório, o delegado repetiu diversas vezes que o antigo proprietário, o banco BANERJ, estava entrando com pedido de reintegração de posse.

Na madrugada dessa terça-feira, às 2h da manhã, todos as/os ativistas já haviam sido liberadas/os e numa assembléia extraordinária resolveram resistir no local até que o pedido de reintegração chegasse oficialmente, com a disposição de levar a luta no campo jurídico. Alguns ativistas permaneceram no local para passar a noite. Porém, na manhã dessa terça-feira (9), às 10h, a PF e a Polícia Civil invadiram o local, ameaçaram com metralhadoras as/os ativistas que estavam do lado de fora e mantiveram por mais de uma hora as/os dez moradores lá dentro. Durante a tarde, o delegado da Polícia Civil afirmou que as pessoas responderão por crime de formação de quadrilha e esbulho possessório.

Esta ocupação nasceu de uma luta histórica do movimento autônomo do DF em transformar espaços vazios em lugares vivos e ativos. O local já abrigou reunião de diversos grupos, dentre várias outras atividades, e se tornou um legítimo Centro sócio-cultural.

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