De quinta pra sexta eu virei fazendo um trabalho para a manhã seguinte. Sexta de manhã eu assisti esse documentário na aula das 8:15, sem palavras...
Tarnation, proporciona uma imprevisível e absorvente viagem pelas memórias do realizador, levando ao limite o princípio do "do-it-yourself".
Caouette debruça-se sobre alguns dos mais marcantes acontecimentos da sua vida recorrendo a imagens do seu arquivo pessoal, recolhidas desde os seus 11 anos através de câmaras Betamax, VHS, Hi-8 ou Mini-DV.
Expondo gravações privadas que focam situações do seu cotidiano familiar, o realizador evidencia sobretudo a tensa e dolorosa relação com a sua mãe Renee Leblanc.
Material para registrar não lhe faltou, já que o rapaz cresceu naquela típica família-problema americana. Sua mãe acusa os pais de terem sido violentos com ela. Menina-prodígio, se tornou uma semi-celebridade em seu estado natal, o Texas, e engrenou uma carreira de modelo até que caiu de cima do telhado de sua casa. Sofreu lesões que a levaram a um "tratamento" com eletrochoque. O uso da "técnica" a deixou com seqüelas que foram conduzindo a novos tratamentos que somente pioravam a situação. Casou-se e foi abandonada pelo marido, Jonathan ainda era muito jovem. Aos cinco anos de idade viu a mãe ser estuprada, o menino foi preso com a mãe durante uma viagem, e enviado a famílias adotivas, das quais sofreu todo o tipo de abuso. Adotado pelos avós, ele viu sua mãe entrar e sair de hospitais psiquiátricos. Ainda pré-adolescente, teve overdose com uma maconha super-turbinada, o que o deixou com distúrbios. Logo depois do episódio, Jonathan conheceu o mundo gay local onde ferqüentava as boates disfarçado de menina para enganar as autoridades. Lá fez os primeiros amigos, conheceu o primeiro namorado e participava de shows de dublagem.
Tudo isso é fartamente documentado, com auto-depoimentos, gravações das performances e dos incidentes ocorridos em sua vida familiar, social e afetiva, num total de 160 horas de imagens. Mas não se trata de meras gravações domésticas, como aquelas que a maioria das famílias de classe média costuma fazer. São imagens com uma função de servir de escape ou de entendimento de uma realidade, não apenas meras recordações.
26 abril 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Cled sempre salvando a pátria (ops, que gafe, hahaa!)!
Pra gente, ela (a pátria) que é o mundo e a terra, não morre enquanto estivermos viv@s, bem como nossas movidas!
Vou ver de contribuir mais com este espaço, eu e ele e a gente precisamos ("gente precisamos", hehe)!
Beijão!
Postar um comentário